sexta-feira, 6 de abril de 2012

Os 4Ps da Motivação


Não basta ter “motivos para agir”, mas, principalmente, sincronizar aqueles que identificamos como os 4Ps da Motivação.

Mais do que um processo estanque, sujeito a variáveis externas, sejam elas as ameaças ou os prêmios, também podemos dizer que a nossa motivação nasce da síntese entre forças e competências pessoais. Quando provocadas e trabalhadas em nós, tais forças e competências nos fazem ir além daquele significado subjetivo da motivação como um simples produto de pensamento positivo, tornando-a mais tangível. Não basta ter "motivos para agir", mas, principalmente, sincronizar aqueles que aqui identificamos como os 4Ps da Motivação:

A Paixão – ela já pode existir dentro de você, de forma clara e objetiva. Ou se manifestar como o tanto de pensamentos e sentimentos empenhados em nome dos nossos objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. Psicologicamente, a paixão até pode ser comparada a uma doença, que tende a distorcer a realidade. Prefiro supor que ela é o calor em estado bruto, o impulso animal que habita nossa alma e que ganha refinamento e direção com a ajuda dos outros "Ps". Da paixão surge a nossa missão de vida. Infelizmente, muitas pessoas passam uma vida inteira tentando definir uma missão de vida, pulando de paixão em paixão, sem fixar-se em nenhuma. E justamente por isso, sempre retornando à estaca zero, ou seja, ao fogo em estado bruto. Paixão é força e é emocional.

A Percepção –  o segundo P nos ajuda no refinamento da paixão, confrontando-a com o nosso ser e estar atual. A percepção nos faz definirmos o ponto em que nos encontramos, assim como a visualização do esforço que precisamos empreender na busca da plenitude de nossa missão de vida, do nosso objetivo. Este esforço é o produto da conta "tempo X espaço X recursos". É o choque de realidade que, justamente por ser choque, nos arremessa para trás e, por diversas vezes, nos faz aceitar intimamente a impossibilidade do nosso sonho. A percepção nos mostra o território a ser conquistado, sempre muito diferente do mapa que idealizamos. E também nos ajuda a identificar as oportunidades, mesmo sem termos nos preparado conscientemente, a vida nos coloca em situações onde o pegar ou largar torna-se urgente, nos desafiando a uma decisão de minutos que pode ajudar a alterar a ordem tempo/espaço/recursos. Percepção é competência e é racional.

O Planejamento – A percepção nos ajudou a identificar o componente tempo/espaço/recursos. O terceiro P, o Planejamento, é a competência que nos ajuda a combinar estes componentes, convertendo-os em um objetivo concreto. Por sua vez, este objetivo precisa ser dividido em metas menores, de forma a torná-lo mais tangível e alcançável. O planejamento ajuda a colocar foco na paixão, potencializando sua força e evitando dispersão. Da visão dos objetivos e das metas, estabelecemos o tempo de cada uma e traçamos as estratégias que deveremos empreender em busca da nossa paixão. Planejamento é competência e é racional.

A Persistência – Podemos dizer que o último dos Ps é o sopro que mantém a chama da paixão acesa. Como dissemos, o mapa da nossa idealização é bem diferente do território que encontramos na vida real. E naturalmente, nessa jornada, encontramos muitos obstáculos, dificuldades e temores. A persistência nos ajuda a manter a fidelidade aos objetivos definidos no planejamento, bem como nos faz, em conjunto com o segundo P, perceber a necessidade de flexibilizar as estratégias adotadas, conforme o terreno da realidade vai se configurando. A persistência ajuda-nos a equacionar melhor o fator tempo. Afinal, o tempo desejado para alcançar nosso objetivo, nem sempre é o tempo realizado, já que está sujeito a fatores externos, incontroláveis. Persistência é força e é emocional.

Paixão, Percepção, Planejamento e Persistência. Quando sincronizamos essas forças e competências, ampliamos as possibilidades de sucesso da nossa motivação, já que assumimos para nós tanto os fatores emocionais quanto os racionais, e colocamos tanto o lado esquerdo quanto o lado direito do nosso cérebro para funcionar. Se a nossa motivação fosse comparada a um carro, a paixão seria o combustível, a percepção o para-brisa, o planejamento o volante e a persistência os pedais de aceleração e freio. Estar atento à forma como conduzimos esse veículo é o que torna a nossa motivação algo mais concreto, menos fruto do acaso e das circunstâncias.

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