Saiba quais são os indicadores de finanças mais importantes
para manter um negócio saudável.
Para que uma pequena empresa tenha vida longa é importante
que o empreendedor siga algumas regras. Além disso, é essencial prestar atenção
em indicadores para que a saúde financeira do negócio se mantenha estável. O
primeiro passo é traçar um planejamento de negócio. “É preciso saber tudo o que
está relacionado a sua empresa, e para que isso ocorra um plano de ação é
fundamental. Acompanhe de perto o fluxo de caixa do seu negócio, pois a maior
parte dos empreendedores quebram por falta de planejamento e gestão”, afirma
Gilberto Sarfati, professor de Administração de Empresas da Fundação Getúlio
Vargas.
Por isso, fique sempre atento a alguns padrões mínimos de
finanças, os quais farão com que sua marca prospere. “Para empresas do
comércio, por exemplo, é preciso buscar uma lucratividade mínima de 8% sobre o
faturamento. Já para empresas prestadoras de serviços, esta lucratividade deve
chegar a, pelo menos, 32%", explica Maurício Galhardo, sócio-diretor da
Praxis Education e responsável pela área administrativa e financeira da
empresa.
Para o especialista, o pequeno empresário precisa entender
que o faturamento traz dinheiro para a empresa, mas é o lucro o que realmente
importa em qualquer negócio. "Gestão é cuidar sim das vendas, mas também
saber controlar os gastos para aumentar a lucratividade. Se um empresário não
sabe se sua empresa dá lucro, ele também não saberá quando der prejuízo",
completa.
Bons indicadores de desempenho do negócio facilitam a
identificação de problemas, agilizam a tomada de decisões e geram resultados
assertivos com referencia às metas estabelecidas. “Trace metas e rumos para
cada um destes indicadores, acompanhando constantemente os números, pois eles
mostram quão próximos ou não está de suas metas”, recomenda Galhardo.
Confira abaixo cinco indicadores de que sua empresa está no
caminho certo.
1.Faturamento
Pode parecer óbvio o fato de um empreendedor ter de prestar
atenção no volume de dinheiro que entra no caixa da empresa, mas saiba que esse
indicador deve acompanhar o valor de venda e o percentual de venda com relação
à meta estabelecida. “Se já tiver passado a metade do mês, por exemplo, e ainda
se está a 30% da meta, é sinal de que algo tem que ser mudado, e quanto antes
tomar medidas, antes os números serão alterados”, conta Galhardo.
2.Ticket médio
Esta é uma ótima ferramenta para saber o quanto cada cliente
está comprando. “É o valor médio de venda por cliente ou por venda. Usando como
base os números históricos de ticket médio, poderá ser rapidamente identificado
se a equipe de vendas está vendendo menos e precisar ser treinada, por exemplo,
ou se o número de clientes diminuiu e precisará de investimentos em marketing”,
exemplifica Galhardo.
3.Lucratividade
Esse é o percentual de lucro com base no faturamento. “Ele
dá a noção de qual porcentagem da venda fica de lucro, e com isso é possível
estabelecer questões como descontos médios e mix de vendas”, explica Galhardo.
Por isso, tenha esse indicador como um aliado do seu negócio. Outro ponto
importante é a margem bruta de sua empresa. “Ela é o percentual que sobra após
pagar os impostos e o custo das mercadorias. Com ela é possível ter uma visão
de qual a margem que se está aplicando sobre os produtos”, diz ainda o
especialista.
4.Rentabilidade e prazo de retorno
Esses são os referenciais que você tem do lucro com base no
investimento feito em seu negócio. “Se dividirmos o lucro médio do negócio pelo
investimento realizado, teremos a rentabilidade. E ela pode ser comparada com
as rentabilidades médias que os bancos pagam para se ter ideia se o negócio
está valendo à pena, ou se está se pagando menos do que uma caderneta de
poupança, por exemplo”, ensina Galhardo. O cálculo inverso – investimento
dividido pelo lucro médio mensal – revela o prazo de retorno, em meses, em que
o negócio se pagará.
5.Metas
Elas devem ser ousadas, mas possíveis. Ter visão de um mês,
três meses, seis meses e até mesmo um ano é essencial. “Para saber se tudo está
no caminho certo, precisa de um acompanhamento constante. Alguns indicadores
como faturamento e ticket médio devem ser acompanhados diariamente. Outros como
lucratividade e rentabilidade podem ser observados mensalmente. O importante é
acompanhar”, avalia Galhardo.
E, caso você perceba que os resultados não estão de acordo
com o planejado inicial, não deixe de estruturar medidas para corrigir a
trajetória. “O planejamento é importante, mas na hora de colocar a mão na massa
podem surgir outros pontos que não haviam sido analisados, pois uma coisa é o
plano de ação, outra é o que rola de fato”, salienta Sarfati.
Fonte: Exame