Será que salário é o que mais interessa ao profissional ou
há outros fatores mais importantes?
A revista Fortune, dos Estados Unidos, fez uma ampla
pesquisa junto a empregados de empresas americanas para saber o que eles querem
de seu emprego. O resultado, por ordem de importância, foi o seguinte que quero
comentar com os leitores:
1. Um trabalho desafiante que dê sentimento de "missão
e propósito";
2. Uma liderança forte e inspiradora – as pessoas querem e
aceitam uma "hierarquia" forte e confiável;
3. Sentir-se constantemente treinado e crescendo
profissionalmente;
4. Bons colegas e chefes leais;
5. Uma empresa com forte imagem no mercado;
6. Um bom salário.
Em primeiro lugar aparece exatamente os que as nossas
pesquisas no Brasil também apontam – "um trabalho desafiante". No
mundo de hoje, o empregado precisa sentir-se num trabalho que seja mais do que
um simples "emprego". Esse "sentimento de missão e
propósito" é fundamental. As pessoas pesquisadas nem sempre sabem
exatamente como isso pode ser traduzido na prática do cotidiano, mas a verdade
é que quando o trabalho é rotineiro, pouco desafiante, monótono, sem autonomia
e iniciativa, o empregado sente-se sem motivos – isto é – desmotivados a dar
mais de si e entra num ciclo de baixa produtividade.
Quanto ao item 2 – é igualmente verdadeiro também para o
brasileiro. Pode parecer incrível, mas o empregado "precisa" de uma
chefia que o desafie que seja "forte" e que inspire o funcionário à
criatividade, à iniciativa. Chefe "bananas", moles, pouco exigentes,
criam pessoas com baixa autoestima e igualmente desmotivadas.
O item 3 fala da "empregabilidade". As pessoas
precisam sentir-se "empregáveis" e para isso têm que sentir-se em
constante desenvolvimento e sendo treinadas constantemente em novos processos e
novas tecnologias. O mundo vem mudando com uma rapidez incrível e as pessoas
precisam sentir-se "atualizadas" e isso lhes dará a necessária
segurança para dar mais de si à empresa, sem medo do futuro.
O item 4 é muito claro. Como passamos a maior parte de
nossas vidas no trabalho, bons colegas e chefes leais são fundamentais. Chefes
"leais" significam aqueles chefes que exigem, falam a verdade, exigem
o desempenho, avaliam constantemente e principalmente dão "feedback"
a seus subordinados. Chefes que dizem "eu ganhei, nós empatamos, vocês
perderam”, chefes que "roubam" ideias de seus subordinados são os
mais odiados.
O item cinco é muito interessante. Na verdade, o empregado
sente-se sempre como um "representante" permanente de sua empresa.
Quando uma coisa qualquer acontece com sua empresa ele é cobrado na sua
comunidade, no seu meio de relacionamento, na sua vida particular. Quando algum
escândalo de uma empresa sai nos jornais, todos os funcionários são
"cobrados" e sentem-se na obrigação de dar alguma explicação seja
para quem for. Assim, trabalhar numa empresa com bom nome no mercado é
fundamental para a autoestima.
O interessante da pesquisa é que salário aparece apenas em
sexto lugar. O salário só aparece em primeiro lugar quando as demais condições
não são satisfeitas. Trabalhar "pelo salário" é o que as pessoas
menos desejam. Quando isso ocorre, não tardará a total desmotivação e a busca
de novo emprego que pague alguma coisa a mais e que dê ao empregado os outros
cinco atributos desejados. Daí tem funcionários em empresas que deixam a
empresa apenas por poucos reais a mais em salário. Isso ocorre porque o único
valor na empresa em que trabalham atualmente só lhes vale o salário.
Pense nesta pesquisa, que por certo não será diferente para
o empregado brasileiro em todos os itens. Veja se a sua empresa está oferecendo
a seu pessoal estes "motivos" para que deem mais de si e sejam,
portanto, "motivados" a trabalhar ainda melhor para vencer os
desafios de competitividade que estamos vivendo.
Fonte: Dicas Profissionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário