domingo, 24 de junho de 2012

Os riscos de falar demais no trabalho (e como evitá-los)

Falar demais não é pecado, mas se feito sem bom senso pode trazer sérios riscos para a sua carreira, segundo especialistas.

Regra básica para ter uma carreira promissora? Comunique-se bem. Sim, isso mesmo. Independente do cargo ou setor de atuação, saber se expressar de uma maneira objetiva e clara é essencial para emplacar ideias, convencer clientes e, principalmente, liderar.

Mas, atenção, comunicar-se bem não é sinônimo de falar demais. E é exatamente nesta confusão de conceitos que estão alguns dos mais sérios pecados corporativos de muita gente por aí. Seja por um traço de personalidade ou por pura falta de senso, muitos profissionais dão corda demais para a mania de ser prolixo e, acabam, colocando a própria carreira em risco.

Confira abaixo quais os riscos de ser prolixo e como evitá-los – mesmo quando falar demais faz parte da sua personalidade:

Riscos

Ganhar o título de arrogante...
Quem fala demais, geralmente, peca por não ouvir os outros. “Você só entra na conversa quando a pessoa para respirar. E, mesmo assim, nem sempre dá tempo”, descreve Reinaldo Passadori, do Instituto Passadori.

Por isso, não raro pessoas prolixas tendem a ser consideradas arrogantes e, no pior dos cenários, muito (mas muito mesmo) chatas. Por não ter papas na língua, quem fala para além da conta corre o risco de “declarar coisas que não deveria e soltar trunfos sobre si mesmo”, diz Silvio Luzardo, especialista em oratória.

“Quem é prolixo não tem a percepção de aceitar o outro como ele é. Fala demais porque acredita que o que fala é correto e o que o outro sente não tem importância”, diz Passadori.

... ou de inconveniente
Por não estarem atentos às outras pessoas, alguns prolixos tendem à uma síndrome de falta de tato crônica. Este problema é materializado em tratar de assuntos indevidos em ocasiões impróprias e, principalmente, ocupar demasiadamente o tempo de terceiros.

De alimentar a rádio peão até fazer piadas de mau gosto, passando por despejar críticas vazias e pecar na falta de discrição, as gafes de quem fala além da conta são inúmeras. E, infelizmente, pouco raras. “Aí não há quem aguente né?”, diz Romaly de Carvalho, especialista em etiqueta corporativa.

Perder espaço
A consequência para esse tipo de comportamento é até óbvia: em alguns cenários mais assustadores, ser prolixo pode sim custar seu sucesso profissional. E, neste caso, sua qualificação nem sempre falará mais alto.

“O bom profissional tem foco. Sabe o que dizer e quando dizer”, diz Romaly. “No mundo corporativo, as pessoas querem soluções eficientes em menor tempo”.

Fato que garante alguns pontos negativos para quem não consegue vislumbrar o mundo de uma maneira mais objetiva. “O profissional perde o crédito. O cliente pode sentir que está sendo enrolado”, diz Silvio Luzardo.

Como evitar
Ouça o conselho de avó pode até ser clichê, mas é valioso para essas horas: todos têm dois ouvidos e uma boca, logo...

A conclusão para o ditado popular é até óbvia, mas quem tem o hábito de falar sabe que a experiência prática não é tão simples assim. Por isso, se você integra o grupo dos que sempre protagonizam um diálogo, uma dica: fique atento às perguntas do seu interlocutor. Se ele parar de questionar (ou pior, falar), cuidado.

“A pessoa fala e fala, mas não leva em consideração se o outro está gostando da conversa”, diz Romaly. Por isso, a primeira lição para toda pessoa que perde o limite na hora de se comunicar é simples: ouça, ouça e ouça.

Diferencie
É essencial também diferenciar os tipos de relacionamento que você nutre no trabalho. Lembre-se: uma coisa é amigo (e o tipo de assuntos que podem ser tratados com ele), colega de trabalho é outra história. E traçar esse limite é fundamental para ter foco na hora de se comunicar no trabalho.

“Você até pode ter amigos no trabalho. E é bom que tenha. Mas nem todos serão seus amigos. Com o colega de trabalho, você deve compartilhar apenas assuntos relativos ao planejamento da empresa”, diz Romaly.

Não tenha medo do silêncio
O silêncio, principalmente entre desconhecidos, pode incomodar. E muitas vezes, apavorar. Mas isso não pode ser justificativa para dar cordas para a própria língua e falar coisas que não deve. Quando o silêncio apavorar e desconectar, o melhor antídoto é permanecer quieto. E esperar o outro.

Foque no que é urgente e importante
Planejamento deve ser palavra de ordem para qualquer profissional. E isso se aplica também a todos os diálogos que você precisa liderar. “Transforme tudo o que tem que ser dito em frases objetivas. Foque apenas no que é urgente e importante”, ensina Passadori.

Fonte: Exame

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