Falar demais não é
pecado, mas se feito sem bom senso pode trazer sérios riscos para a sua
carreira, segundo especialistas.
Regra básica para
ter uma carreira promissora? Comunique-se bem. Sim, isso mesmo. Independente do
cargo ou setor de atuação, saber se expressar de uma maneira objetiva e clara é
essencial para emplacar ideias, convencer clientes e, principalmente, liderar.
Mas, atenção,
comunicar-se bem não é sinônimo de falar demais. E é exatamente nesta confusão
de conceitos que estão alguns dos mais sérios pecados corporativos de muita
gente por aí. Seja por um traço de personalidade ou por pura falta de senso,
muitos profissionais dão corda demais para a mania de ser prolixo e, acabam,
colocando a própria carreira em risco.
Confira abaixo
quais os riscos de ser prolixo e como evitá-los – mesmo quando falar demais faz
parte da sua personalidade:
Riscos
Ganhar o título de
arrogante...
Quem fala demais,
geralmente, peca por não ouvir os outros. “Você só entra na conversa quando a
pessoa para respirar. E, mesmo assim, nem sempre dá tempo”, descreve Reinaldo
Passadori, do Instituto Passadori.
Por isso, não raro
pessoas prolixas tendem a ser consideradas arrogantes e, no pior dos cenários,
muito (mas muito mesmo) chatas. Por não ter papas na língua, quem fala para
além da conta corre o risco de “declarar coisas que não deveria e soltar
trunfos sobre si mesmo”, diz Silvio Luzardo, especialista em oratória.
“Quem é prolixo não
tem a percepção de aceitar o outro como ele é. Fala demais porque acredita que
o que fala é correto e o que o outro sente não tem importância”, diz Passadori.
... ou de inconveniente
Por não estarem
atentos às outras pessoas, alguns prolixos tendem à uma síndrome de falta de
tato crônica. Este problema é materializado em tratar de assuntos indevidos em
ocasiões impróprias e, principalmente, ocupar demasiadamente o tempo de terceiros.
De alimentar a
rádio peão até fazer piadas de mau gosto, passando por despejar críticas vazias
e pecar na falta de discrição, as gafes de quem fala além da conta são
inúmeras. E, infelizmente, pouco raras. “Aí não há quem aguente né?”, diz
Romaly de Carvalho, especialista em etiqueta corporativa.
Perder espaço
A consequência para
esse tipo de comportamento é até óbvia: em alguns cenários mais assustadores,
ser prolixo pode sim custar seu sucesso profissional. E, neste caso, sua
qualificação nem sempre falará mais alto.
“O bom profissional
tem foco. Sabe o que dizer e quando dizer”, diz Romaly. “No mundo corporativo,
as pessoas querem soluções eficientes em menor tempo”.
Fato que garante
alguns pontos negativos para quem não consegue vislumbrar o mundo de uma
maneira mais objetiva. “O profissional perde o crédito. O cliente pode sentir
que está sendo enrolado”, diz Silvio Luzardo.
Como evitar
Ouça o conselho de avó
pode até ser clichê, mas é valioso para essas horas: todos têm dois ouvidos e
uma boca, logo...
A conclusão para o
ditado popular é até óbvia, mas quem tem o hábito de falar sabe que a
experiência prática não é tão simples assim. Por isso, se você integra o grupo
dos que sempre protagonizam um diálogo, uma dica: fique atento às perguntas do
seu interlocutor. Se ele parar de questionar (ou pior, falar), cuidado.
“A pessoa fala e
fala, mas não leva em consideração se o outro está gostando da conversa”, diz
Romaly. Por isso, a primeira lição para toda pessoa que perde o limite na hora
de se comunicar é simples: ouça, ouça e ouça.
Diferencie
É essencial também
diferenciar os tipos de relacionamento que você nutre no trabalho. Lembre-se:
uma coisa é amigo (e o tipo de assuntos que podem ser tratados com ele), colega
de trabalho é outra história. E traçar esse limite é fundamental para ter foco
na hora de se comunicar no trabalho.
“Você até pode ter
amigos no trabalho. E é bom que tenha. Mas nem todos serão seus amigos. Com o
colega de trabalho, você deve compartilhar apenas assuntos relativos ao
planejamento da empresa”, diz Romaly.
Não tenha medo do
silêncio
O silêncio,
principalmente entre desconhecidos, pode incomodar. E muitas vezes, apavorar.
Mas isso não pode ser justificativa para dar cordas para a própria língua e
falar coisas que não deve. Quando o silêncio apavorar e desconectar, o melhor
antídoto é permanecer quieto. E esperar o outro.
Foque no que é
urgente e importante
Planejamento deve
ser palavra de ordem para qualquer profissional. E isso se aplica também a
todos os diálogos que você precisa liderar. “Transforme tudo o que tem que ser
dito em frases objetivas. Foque apenas no que é urgente e importante”, ensina
Passadori.
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