Especialistas afirmam que determinadas frases podem
desmotivar a equipe e limitar ideias inovadoras em pequenas empresas.
Seja em uma pequena ou
média empresa, o chefe tem um papel fundamental para que o ambiente de trabalho
seja agradável e produtivo. Por isso, recorrer frequentemente a algumas frases
podem ser prejudiciais não só para a relação chefe e funcionário quanto
para a empresa.
Para Andrea Piscitelli,
consultora e especialista em gestão de pessoas, às vezes a intenção não é ruim.
Entretanto, é preciso cuidado para que o conteúdo da frase não possa ser
interpretado como um assédio moral. “É diferente expor o funcionário para
outras pessoas e falar que ele é desleixado, com a intenção de falar que ele é
descompromissado com a empresa”, exemplifica.
Com a ajuda de especialistas,
confira seis frases que um chefe não deveria dizer aos funcionários.
* Não quero problemas, quero
soluções.
O papel do chefe, nesse caso,
é de fazer acontecer por meio das pessoas e ajudá-las a se desenvolver. Para
Caroline Pfeiffer, diretora de marketing e vendas da consultoria LHH/DBM, é como
o capitão Francesco Schettino que abandonou o navio Costa Concórdia na Itália e
o problema, sendo que era de sua responsabilidade. “A mensagem deveria ser
vamos resolver isso juntos”, afirma.
Ricardo Munhoz, diretor
executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, explica que ao dizer
frequentemente esta frase, o chefe demonstra que não tem paciência para ouvir o
funcionário e acaba desmotivando não só ele como toda a equipe. “Isso acaba com
o interesse em gerar novas ideias e pode também ocasionar a perda de
profissionais qualificados”, diz.
* Não acho que isso seja
prioridade agora.
Andrea, que também é
professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Armando Álvares Penteado
(FAAP) e Fundação Instituto de Administração (FIA), explica que quando um
funcionário tem uma ideia ou uma sugestão e o chefe se limita a dizer que há
outros assuntos prioritários no momento, acaba “infantilizando” a relação.
“Algumas empresas incitam uma cultura de inovação e às vezes é o gestor que não
está preparado para aceitar sugestões”, afirma.
Para Caroline, ouvir o
funcionário pode custar um pouco do tempo do chefe, mas o ideal é que esse
tempo seja gasto com uma explicação breve sobre a razão do assunto não ser o
foco do momento. Munhoz completa que é recomendado que o chefe se mostre
disponível para agendar uma conversa com o funcionário em vez de deixar para
outra ocasião.
* Você não fez nada mais do
que a sua obrigação.
Dizer que o funcionário ter
batido uma meta não foi nada além do esperado é como um balde de água fria.
"O chefe acaba criando uma barreira para o próximo mês”, explica Munhoz.
“As pessoas sempre exigem mais
do que o limite delas, mas além da frase soar grosseira, é preciso entender que
elas produzem por uma causa”, afirma Caroline. Para Andrea, quando o chefe não
estimula o funcionário, não o incentiva e reconhece acaba deixando de estimular
que ele pense fora da caixa. “Quanto mais tenso o ambiente da empresa, menos
pensamento criativo”, diz.
* Eu também não concordo com a
ordem, mas temos que fazer.
“Ele acaba falando que não vai
dar certo”, diz Caroline. O chefe, neste caso, representa a empresa, e por isso
mostrar a opinião pessoal não é aconselhável. O ideal seria unir os
funcionários e pensar de que maneira eles podem fazer dar certo.
* Não vou te explicar isso,
pode deixar que eu faço.
Munhoz afirma que ensinar é um
dos papéis de um gestor de pessoas e, ao recorrer a essa frase quando se está
sem paciência ou tempo, corre-se o risco do funcionário se sentir decepcionado,
já que ele está ali também para aprender. “Além de adotar uma postura que o
afastará da equipe, o funcionário sentirá medo das próximas vezes”, explica.
“Como chefe, ele deveria perguntar
qual é a dificuldade que o funcionário está tendo”, afirma Andrea. Ela diz que
em determinadas situações, foi o próprio chefe que pode não ter sido claro nas
instruções.
* É o que temos para hoje.
Para Caroline, essa frase
acaba transmitindo a mensagem de que o chefe não quer falar mais sobre o
assunto e encerrar a conversa. “Não é que ele não tenha mais informações”,
afirma. Ela explica que esse tipo de comportamento demonstra que é papel dele
de limitar o questionamento do funcionário.
Fonte: Exame
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